O projeto de reabilitação funcional e construtiva, redesenho do mobiliário e restauro de pintura da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, foi distinguido, entre as 26 candidaturas apresentadas, com o Prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva. O júri – composto por António Lamas (Presidente), Raquel Henriques da Silva, Santiago Macias, Gonçalo Byrne, Luís Paulo Ribeiro e Rui Vieira Nery (diretor do Programa Gulbenkian Cultura) – destacou a excelência do trabalho de conservação, restauro e enriquecimento da Igreja, fundada em 1742 por iniciativa do Patriarca D. Tomás de Almeida. O júri salientou ainda:
- A espetacularidade e requinte estético do projeto de pintura de Michael Biberstein (na foto), que cobre a totalidade da abóbada. Trata-se de uma das mais notáveis intervenções da arte contemporânea numa arquitetura clássica, concretizada depois da morte do pintor com o acompanhamento do artista Julião Sarmento e do curador Delfim Sardo;
- A pluridisciplinaridade e elevadíssimo nível de qualificação da equipa (coordenada pelo Padre J.M. Pereira de Almeida e pelo Arq. João Appleton) que tem procedido aos trabalhos, potenciando saberes da engenharia, da conservação e restauro, da história da arte, do design de equipamentos e da arte contemporânea;
- A metodologia de intervenção em faseamentos sucessivos que, em 2020, se concentram na valorização do altar inicial da Igreja e na criação de novo mobiliário litúrgico.
O Prémio Vilalva foi instituído em 2007, no seguimento da aquisição, à Fundação Eugénio de Almeida, do remanescente do Parque de Santa Gertrudes. Esta aquisição permitiu, quase 50 anos depois, reunificar o Parque. As obras para esta reunificação estão em curso, estando a reabertura do Parque (no seu todo) prevista para no primeiro trimestre de 2022. Nessa altura, poderão oferecer à cidade espaços exteriores renovados, novos acessos e um novo circuito de atravessamento do antigo edifício da Coleção Moderna. Esta intervenção, que faz parte do projeto vencedor do concurso de ideias lançado em 2019, é assinada pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, em associação com o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic.
Criado em homenagem a Vasco Vilalva, o Prémio tem tido por objetivo distinguir os melhores projetos de recuperação de património cultural em posse de entidades privadas, em território nacional. No valor de 50.000 euros, trata-se do mais relevante galardão português neste domínio.
Já na sua 12ª edição, o Prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva distinguiu, nos últimos anos, os projetos de reabilitação do edifício da Cerâmica Antiga de Coimbra, a recuperação dos jardins históricos do Santuário de Nossa Senhora das Preces, em Vale de Macieira (afetados pelo incêndio de outubro de 2017), o restauro da Torre dos Clérigos, no Porto ou os projetos museológicos do Museu do Caramulo e do Museu Diocesano de Santarém, entre outros.
Fonte: website da Fundação Gulbenkian