O último mês de uma grande exposição – Julião Sarmento

O último mês de uma grande exposição – Julião Sarmento

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Última chamada para quem ainda não foi ver a exposição “Afinidades Electivas. Julião Sarmento coleccionador”, patente no Museu da Electricidade. Mais cerca de um mês e perdemos a oportunidade de admirar um conjunto de peças de arte contemporânea que marcam e definem esta mesma.

Realizada em parceria com a Fundação Carmona e Costa, e comissariada por Delfim Sardo, esta exposição apresenta em dois polos – O Museu da Eletricidade e a galeria da Fundação Carmona e Costa – mais de 300 obras de cerca de 100 artistas da coleção particular de Julião Sarmento, reunidas ao longo de três décadas, e que testemunham, de forma muito pessoal, a rede de contactos e de colaborações artísticas, de amizades e de afinidades do artista.
Uma coleção significativa com a presença de várias técnicas, da pintura ao desenho, da escultura à fotografia, do vídeo às instalações, com núcleos muito relevantes que destacam as décadas de 1960 a 2010, mas onde estão também presentes várias obras de épocas anteriores.

O núcleo patente no Museu da Eletricidade apresenta grandes nomes da arte contemporânea. Internacionais: Nan Goldin, Cristina Iglesias, Andy Warhol, Rita McBride, Cindy Sherman, Bruce Nauman, Marina Abramovic, Joseph Beuys, etc. E nacionais: Eduardo Batarda, Fernando Calhau, Pedro Cabrita Reis, Jorge Molder, António Palolo, etc.

Na galeria da Fundação Carmona e Costa, de 18 de outubro a 3 de janeiro de 2016, apresenta-se um núcleo composto por trabalhos de desenho e gravura, de Pierre Bonnard a Marcel Duchamp.

“A colecção Sarmento não é uma colecção de coleccionador, é uma colecção de artista, na medida em que, através dela, tanto temos acesso às transformações da arte do período que lhe corresponde, como também temos uma visão em espelho do artista sobre as suas opções estéticas, obsessões, interesses e visão sobre o que a arte, em cada momento, pode ser, reflectindo a própria obra do autor, vertido em recolector”, escreve Delfim Sardo.

O que é efectivamente marcante na coleção Sarmento são as ligações aos artistas que têm partilhado com ele o percurso de vida, sublinha o comissário. É o caso de Fernando Calhau, nascido no mesmo ano de Julião Sarmento e que com ele partilhou os primeiros anos da Escola de Belas Artes; do espanhol Juan Muñoz, com o qual Julião Samento conviveu intensamente desde a década de 1980; de Michael Biberstein, com o qual partilhou um atelier em Sintra; ou Lawrence Weiner e John Baldessari, artistas com os quais Sarmento mantém uma estreita relação de amizade e de trabalho, tendo realizado um projecto em coautoria.

“A colecção Sarmento é, no entanto, também um tributo aos momentos mais significativos do surgimento de estruturas de mediação da arte em Portugal, desde a exposição Alternativa Zero de 1977 (…) até ao surgimento de galerias como a Quadrum e, mais tarde, a Cómicos”, destaca Delfim Sardo.

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