Epicentro do design e da criatividade, a capital dos Países Baixos acolhe a Sieraad – International Jewellery Art Fair, de 9 a 11 de novembro. Nove criadores nacionais marcam presença num dos principais eventos de joalharia contemporânea da Europa.
Vocacionada para a joalharia contemporânea e o design de autor, a SIERAAD – Internacional Jewellery Fair reúne em Amesterdão cerca de 160 criadores de mais de 40 países. De Portugal, voam nove jovens designers à procura de afirmação no mercado europeu, naquela que será a maior participação da joalharia portuguesa neste evento, que vai na sua 17ª edição.
A seleção de marcas portuguesas presente revela a diversidade de conceitos que caracteriza a joalharia contemporânea nacional. Do consagrado designer Bruno da Rocha, com as suas peças exuberantes inspiradas na natureza mais sombria, ao estreante Diogo Dalloz, brasileiro que une a técnica da joalharia portuguesa à sensualidade do design carioca, são muitas e diferentes as propostas em exposição na Sieraad.
Se para a Sopro, marca da autoria de Andreia Lima, já não será uma estreia, tendo participado na última edição, esta será a primeira vez que Ana Bragança, Ana João, Cecília Ribeiro, Joana Santos, Mater Jewellery Tales e Telma Da dão a conhecer as suas coleções na feira holandesa.
Para Fátima Santos, Secretária-Geral da AORP, “a Sieraad é reflexo da mudança que se vive no setor da joalharia a nível mundial. A tendência para a diversificação dos conceitos e abordagens cria necessidade de espaços e eventos especializados por segmentos e públicos distintos. Este é sem dúvida um dos pontos de encontro da joalharia de autor na Europa e por isso uma oportunidade para os nossos criadores fazerem contactos e integrarem a rede da joalharia contemporânea internacional”.
obre as marcas presentes na SIERAAD:
Ana Bragança Jewellery
Contemporaneidade, Arquitetura e Geometria: as três características omnipresentes nas coleções de Ana Bragança Jewellery. Formada em arquitectura, profissão que a levou a viver em cidades como o Londres, Paris e Atenas, Ana Bragança encontrou na joalharia a arte que a completava e à qual se dedicou principalmente desde 2015. Contudo, a arquitectura continua a estar presente nas suas peças, visto que a sua joalharia procura acima de tudo despojar tudo o que é excesso, concentrando-se em salientar a clareza e a elegância das formas geométricas.
Ana João Jewelry
Licenciada em design de produto, a Ana João encontrou na joalharia uma nova inspiração. Designer de produto de formação, Ana João descobriu na joalharia a sua área de criação e encontrou na porcelana o aliado perfeito, dando-lhe uma abordagem irreverente. Alia a liberdade da construção com a sofisticação e nobreza dos materiais, criando peças simultaneamente elegantes e divertidas.
Bruno da Rocha
Bruno da Rocha oscila entre duas grandes inspirações: a natureza e a arquitetura. Por um lado, a natureza luxuriante, representada por insetos, plantas, flores e outros elementos orgânicos. Por outro, as linhas minimalistas e as formas geométricas inspiradas em emblemáticas obras de arquitetura do Porto, como a Casa da Música e a Ponte D. Luís. A sua marca não se reflete apenas no design ousado, mas também na ergonomia das formas. Forma e função ao serviço da sensualidade feminina.
Cecília Ribeiro
Nascida nas Caldas da Rainha, Cecília Ribeiro é formada em design industrial e teve atelier durante vários anos em Barcelona, onde apostou na formação e no contacto com a comunidade artística catalã. A sua assinatura afirma-se nas texturas criativas com que trabalha a prata, criando peças originais e marcantes.
Diogo Dalloz
Diogo Dalloz nasceu no Brasil, mas foi em Portugal que encontrou a sua vocação: design de joalharia. Fascinado pela tradição e técnica da ourivesaria portuguesa, decide aqui formar-se e dar os primeiros passos na criação da sua marca de autor. Formado em escultura, Diogo Dalloz dá forma a joias com movimento e estrutura, que oscilam entre a sensualidade da forma e o pragmatismo da função.
Joana Santos Joalharia de Autor
Licenciada em arquitetura, olhou sempre para a joalharia com grande curiosidade, razão que a levou, em 2013, a iniciar a sua jornada de descoberta e aprendizagem. Não deixando de transportar todo o conhecimento e experiência da formação original para as suas peças, o seu desenho é minimal e geométrico e inspira-se em formas arquitetónicas, mas também nos movimentos da natureza e na arte, contrastando a racionalidade da linha com a delicadeza da técnica e a imprevisibilidade do detalhe.
Mater Jewellery Tales
“Contar histórias, histórias que possam ser guardadas na ausência, guardadas na nossa memória”, esta foi a razão que levou Sara Coutinho a fundar a marca em julho de 2015, no Porto, no âmbito do ANJE Startup Accelerator, desenvolvido pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários. MATER jewellery tales é uma marca de joalharia contemporânea que se define pelo design próprio e exclusivo que promove a individualização, a personalização e a exclusividade.
mater-jewellery.com
Sopro
A Sopro inspira-se na natureza e na forma como os seus elementos se transformam e renovam a cada estação. As formas, as texturas, as cores retratadas em peças delicadas e femininas. A autora, Andreia Quelhas Lima, teve desde a sua infância uma relação próxima com a natureza, criando um mundo imaginário que agora ganha vida nas suas joias.
Cada joia é cuidadosamente desenhada e trabalhada à mão, revelando detalhes minuciosos, que tornam cada peça única. As coleções são versáteis e complementares, convidando a múltiplas combinações, como um ecossistema perfeito.
Telma DA Jewellery & Design
Telma nasceu em 1981, na cidade do Porto, onde atualmente vive e se inspira todos os dias.
Desde sempre gostou de brincar com legos, desenhar compulsivamente, e criar peças novas reutilizando vários materiais. “A minha mãe conta que eu com 4 anos transformei uma caixa de ovos de plástico em carteira. Que me preocupei apenas em colocar umas alças para poder usar, em que ficando satisfeita com a minha criação coloquei uma moeda e um lenço no interior – e assim se fez cumprir a função do objeto”. Formou-se em arquitetura, mas a sua frenética vontade de criar levou-a a aventurar-se noutras expressões artísticas, nascendo assim a TelmaDA, que mais do que ser uma marca pessoal, é uma forma de estar na vida que pretende traduzir uma visão do mundo, sob o olhar da Telma.