“Making Henry Proud”

“Making Henry Proud”

Ford Mondeo Vignale SW

Será que uma das mais antigas construtoras de automóveis é capaz de entrar num segmento que até hoje estava reservado aos melhores carros alemães? Foi isso que fui confirmar com o novo Ford Mondeo Vignale, na versão carrinha.

Para que percebam um pouco a importância deste ensaio, um carro americano a tentar entrar no segmento de luxo é o mesmo que… bem, um carro americano a tentar entrar no segmento de luxo. Já todos sabemos como eles são. Os maiores, os melhores, a terra da oportunidade e da liberdade. Ou, pelo menos, eram. Hoje são mais a terra do toda-a-gente-tem-uma-arma, a terra do toda-a-gente-pode-ser-rica-desde-que-não-seja-pobre e, segundo o candidato presidencial Donald Trump, os Estados Unidos do México. Primeiro ponto, os americanos nunca souberam fazer carros. Desde o Ford Model T, que o único carro a sério a sair das terras do Tio Sam foi o ehh… aquele outro… o nenhum! Mas, por outro lado, os carros americanos desenhados para o mercado europeu sempre foram bastante bons. E a Ford tem a sua quota parte de responsabilidade, especialmente no seu ex líbris Focus. Eu não sou o maior amante de carrinhas, que fique aqui bem assente.

Na realidade, posso até dizer que as detesto mas, pormenores à parte, esta versão Vignale do Mondeo, tem europa escrito all over the place. Atrevo-me, até, a dizer que não creio que a casa-mãe lá nos EUA saiba disto, O motor de 2 litros a gasóleo é comedido nos consumos e bastante pujante quando é preciso, a condução é suave e agradável; só falta mesmo ver se será um concorrente à altura para os alemães. Este carro ganhou a minha admiração quando o desliguei a primeira vez que andei nele. Assim que carregamos no botão stop engine o banco recua para facilitar a saída do carro. Ah! Fantástico. Alguém lhes diga que aqui no velho continente nem todos somos obesos.

A verdade é que aquilo é o mais americano possível, mas não deixa de agradar aos europeus. Tem outros gadgets interessantes. Aviso de saída involuntária de via de rodagem, câmara traseira e sensores à volta do carro todo, navegação por satélite, som bastante bom (embora a interface do sistema de entretenimento e informação seja ligeiramente complicada ao início e um pouco lenta), porta USB, porta para cartões SD, conectividade sem fios, bancos aquecidos e refrigerados e, atenção, a melhor coisa que pode haver no mundo inteiro : bancos com massagens! Sabe tão bem ir a rolar pela estrada fora, a ouvir uma musiquinha bem catita, a beber um refrigerante – no caso dos americanos diz-se a comer um cachorro – e a levar uma massagem divinal nas costas e no rabo. Se isto não é perfeito, eu não sei o que é! No entanto, devo confessar uma coisa. Andei quase dois dias a pensar que o encosto da cabeça no banco era menos anatómico que levar com um taco de basebol nas costas, até que descobri que dava para regular. A partir daí tive a melhor sensação durante o ensaio todo até entregar o carro vinte minutos depois.

Tecnologias à parte, este carro faz o que lhe compete: concorre de igual para igual com os melhores alemães. Tem um motor competente, uma condução adequada, conforto e luxo suficientes para quem os procura e, na minha opinião, só tem um problema de maior: é uma carrinha. Felizmente também vendem a versão sedan para as pessoas normais. Os preços estão dentro do esperado para o segmento e existem versões das mais simples às mais completas. Os motores são quase todos o mesmo bloco de 2 litros a gasóleo, com potências desde os 180 cavalos aos 210. A excepção é a versão híbrida do mesmo bloco, mas a gasolina, que debita 187.

Rafael Aragão Rodrigues

Agradecimentos à Ford pelo acesso a este modelo

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