A entrega de Luiz Antunes à dança é quase total. Não apenas como bailarino, mas também como criador e como estudioso dos seus meandros. É com facilidade que, através do seu eloquente discurso, percebemos que a sua dedicação à dança não se deixa ofuscar pela paixão. Mostra-se consciente e desperto para as vicissitudes da cultura e das artes performativas em geral, e da dança em particular, tendo publicados vários trabalhos com enfoque na Dança e em Gestão Cultural.
Com efeito, e por oposição à efemeridade da dança enquanto arte visual, o criador e intérprete tem procurado aprofundar os seus conhecimentos, não apenas por intermédio da experiência de outros artistas com quem se tem cruzado, mas também através do seu percurso académico. A este respeito, cumpre referir que se encontra prestes a finalizar o Mestrado em Gestão Cultural no ISCTE.
Longe vão os tempos de estudo em música nos Conservatórios de Lisboa e da Covilhã. Foi admitido na Escola de Dança do Conservatório Nacional, mas nunca a frequentou. Acabou por se licenciar em Dança pela Faculdade Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa (FMHUTL).
É precisamente na FMHUTL que se cruza com Anna Mascolo, com quem virá a trabalhar e que assumirá um papel preponderante no seu percurso. Com efeito, foi bolseiro, assistente e professor no Estúdio de Dança Clássica de Anna Mascolo. Antes disso, estagiou no extinto Ballet Gulbenkian onde foi assistente de Olga Roriz.
O seu primeiro prémio foi ganho num Festival de Dança Internacional de Praga em 2000 com a sua primeira criação. Estudou e trabalhou com Winthrop Corey (American Theatre Ballet), João Fiadeiro, René Bon (Ópera de Paris), Né Barros, Jorge Levy, Allan Falieri, Tânia Carvalho, entre outros.
Os seus trabalhos são sempre emocionais, muito influenciados por imagens, por convicções e pelas próprias referências coreográficas, nomeadamente Jiří Kylián, Nijinski, Tânia Carvalho, Vera Mantero e Olga Roriz.
No que se refere ao conceito de gentleman, considera que o mesmo se encontra intimamente ligado à atitude e forma de trato, a par da instrução, brio, cultura visual, etc. Como exemplos nacionais de gentleman, identifica o designer de moda Aleksandar Protic e o actor Vítor d’Andrade.
Na literatura, os seus favoritos incluem Eugénio de Andrade, Frederico Lourenço, Marguerite Duras e Marguerite Yourcenar.
Questionário Proust
- Qual a sua característica / traço de personalidade mais marcante?
Persistência
- Qual a qualidade que mais aprecia num homem?
Ser “Homem”
- E numa mulher?
Ser “Mulher”
- Qual a qualidade que mais valoriza nos seus amigos?
Amizade
- Qual o seu principal defeito?
Pensar que não os tenho
- Qual o seu ideal de felicidade?
A própria da felicidade
- Qual a sua ocupação favorita?
Falar
- O que representaria a maior das tragédias?
A solidão
- O que gostaria de ser?
O que virei a ser
- Qual o país onde gostaria de viver?
No meu
- Quais os escritores favoritos?
O último que leio até ao fim
- E quais os poetas?
Os da mesa-de-cabeceira
- Qual o herói de ficção favorito?
Os que me deixam ficcionado
- Qual a figura histórica com quem mais se identifica?
Maria Antonieta e Luís XIV
- Qual o compositor favorito?
O que me faz criar a última peça
- Quais os pintores favoritos?
Os figurativos, os neofigurativos e os pós-figurativos
- O que mais desgosta?
A falta de posição
- Qual o dom natural que gostaria de ter?
Ser o que quisesse
- Como gostaria de morrer?
A dormir no meio dos meus amigos