Ai os homens portugueses… Perguntem a qualquer estrangeira que conheçam o que acha dos homens portugueses e rápidos virão a exclamação e o suspiro. As amigas forasteiras com quem partilhei a vida, casadas quase todas, ainda tecem rasgados elogios e a verdade é que, quanto mais experiência estética e antropológica vou acumulando pelo mundo fora, mais certezas vou tendo daquelas descobertas da adolescência e constatações posteriores.
Porque os homens portugueses são bonitos. São mais bonitos que os espanhóis, por exemplo. E que os franceses, ah, mais oui! Que os ingleses, sem dúvida. E correndo o risco de pôr meia Europa contra mim, digo ainda que a menos que o padrão de beleza se situe naqueles reinos bárbaros de longas figuras loiras de olhos claros, não há europeus que batam o charme luso a não ser, vá lá, os italianos… mas só por causa da sua lábia infinita e do seu sentido de estilo genético. Só que os portugueses, dizia eu, têm qualquer coisa; um não sei quê inexplicável como quem fala de África e não encontra expressão para tão irracional encantamento. É a beleza equilibrada e envolvente, as feições bem conseguidas, o charme, o brilhozinho nos olhos e aihhh… as tardes “passeando de cá para lá como as ondas do mar”… Mais o que vinha depois que “não dá para contar mas eu sei que tu sabes daquilo que sabes que eu sei”, e o Sérgio Godinho também parece saber.
Mesmo que os modos e as vontades mudem, como os tempos, os homens portugueses ainda têm aquela formalidade inata, mais descontraída hoje em dia mas, mesmo assim, bem mais romântica do que a confiançazinha, o descaramento e a falta de educação que parece primar nas ruas e nos flirts de muitos países do mundo, onde a sensualidade e o sexo andam tão banalizados que mal resta lugar para a expectativa e a efervescência da conquista.
Se alguém precisa de evidência empírica para crer nesta primazia do homem português, só tem de clicar aí em “Portuguese Men” e ver as fotos de alguns belos exemplares. Ou também pode procurar “Portugal” no Urban Dictionary (http://pt.urbandictionary.com/define.php?term=portugal) e ver os piropos que a população mundial derrama sobre os nossos homens. “Beautiful men” repete-se até ao infinito e, claro, se está escrito, quem sou eu para questionar?
Aliás, eu sou mais do que suspeita, pois foi mesmo um português que há uns 13 ou 14 anos, me acorrentou o coração, no preciso momento em que ia pegar na mochila e zarpar para finalmente concretizar o meu sonho de ser jornalista de viagens. Lá tive de ir e voltar pelos ares e, de novo, passear como as ondas do mar, para me perder entre as dos lençóis e dos versos de Pessoa, O’Neill e Espanca. E encandeada pela luz de Lisboa, rendi-me definitivamente ao homem português, esse perfeito gentleman de coração e beleza autêntica, por dentro e por fora, por cima e por baixo, de trás para a frente e da frente para trás. Quem disser o contrário, ou não sabe do que fala ou nunca esteve em Portugal.
Devíamos organizar passeios turísticos especializados para que estrangeiras e estrangeiros venham ver as vistas. Promovíamos o país por masculinidades não-futebolísticas (que também podem implicar exercício e fazer bem à saúde e ao ego) e ajudávamos a economia. Antes, porém, só temos de fazer duas coisas muito importantes: mandar o Zezé Camarinha ir mostrar os pêlos do peito às bifas lá de Torremolinos e banir absolutamente o conceito “Tuga”. Fica a ideia. Falamos disso para a próxima.
By Margarita Cardoso de Meneses, a spanish/portuguese in London!